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Vídeo: Diretor apela para rádio em busca de ator para Gonzagão

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Nos últimos domingos, o Fantástico vem contando a história de Luiz Gonzaga, história que chega agora aos cinemas. Esse filme tem uma curiosidade. Foi difícil encontrar quem encarnaria o Rei do Baião. O jeito foi anunciar por aí.

“São 5h50 em Caruaru. Breno Silveira procura ator pra seu novo filme”, disse locutor. O recado foi ao ar em rádios do Nordeste.

“Eu já tinha tentado fazer o teste com vários atores. ‘Esse camarada primeiro não parece com Gonzaga, segundo não toca sanfona nem canta’. Aí entrei num beco sem saída, como é que eu vou fazer esse filme sem o ator do Gonzaga?”, contou Breno.

Aí veio a ideia. “Botamos no rádio no Nordeste. Primeiro: cinco mil inscritos. Cinco mil inscrições pra fazer Gonzaga”, afirmou Breno.

Uma delas a de Adélio Lima, que já vivia de encarnar Luiz Gonzaga. Em Caruaru, exatamente embaixo da estátua de São Gozaga, isto é, Luiz Gonzaga, está Museu do Forró Luiz Gonzaga. Adélio é guia do Museu do Forró.

“Tudo começou com a história dessa foto, seu Maurício. Os guias turísticos olhavam e diziam olha. Chegavam pro pessoal, no ouvidinho e diz “olha, esse cara é da família dele”, lembrou Adelio.

Claro que era brincadeira. Mas todo mundo queria ver quem era esse homem tão parecido com Gonzagão. “E eu tive a ideia então de vestir o gibão, de me caracterizar dele, e aqui então em frente eu tirava fotografias”, contou Adélio. Ele ficou entre os cinco finalistas pra interpretar Gonzagão. A principal concorrência era Chambinho do Acordeon.

“Meu avô tocava sanfona de oito baixos, era afinador também. A minha maior influência foi meu pai que comprou a sanfona e falou ‘toca aí, menino’. Eu tinha 12 anos de idade”, afirmou Chambinho.

“Eu falei ‘olha, vai ser um dos dois’ e na hora da decisão eu decidi pelo Chambinho porque ele tocava, cantava melhor. “Aí o Adélio falou ‘poxa, eu não tenho mais chance pra fazer o papel?’ Não sei quê, ficou muito triste”, revelou Breno.

“Aí chegou a sua maldade, conta”, diz Kubrusly.

“Não, isso foi maldade mesmo. Eu falei ‘ó, você vai ter que engordar no mínimo 10 quilos’”, lembrou Breno.

Seria pra fazer o Gonzagão mais velho. Adélio topou a dieta de engorda.

“Pega um punhado, joga na boca com um pedacinho de carne e vai provando, provando… Maravilhoso”, afirmou Adélio.

Feira de Caruaru. Lá estava o cardápio perfeito pra arredondar a silhueta.

“E aí eu fui para um teste com ele, fui para um teste já maquiado, já mais gordo e quando eu vi aquele teste, aquilo me chocou muito porque parecia que eu tava na frente de Gonzaga”, contou Breno.

“De repente aí me toca o telefone: ‘você é o Gonzaga. Meus parabéns, Gonzaga’. Bicho, eu chorei rios. Eu ainda hoje quando eu lembro de como foi dada essa notícia. Eu tenho uma filha, a mais velha, que ela é de um outro relacionamento de minha esposa e eu vivia com ela o mesmo dilema que o Gonzaguinha vive com o Gonzaga”, disse Adelio.

O ponto de partida do filme ‘Gonzaga de pai para filho’ é o acerto de contas entre Gonzagão e Gonzaguinha.

“Chegaram lá em casa umas fitas e eram fitas k7. Quando eu dei play numa, era a voz do Gonzaguinha. Eu via que ele tava entrevistando o pai. Ele devia ter um gravador a tira-colo pra gravar música, o Gonzaguinha e saía. E uma hora eu acho que ele resolveu fazer esse embate com o pai e ele pergunta. E as perguntas para o pai eram muito contundentes. E naquelas fitas eu via que tinha uma briga muito forte de dois caras que não se conheciam direito. E é bonito que na fita eles brigavam e se perdoavam”, afirmou Breno.

O gaúcho Júlio Andrade conseguiu o papel de Gonzaguinha chegando pro teste quase que incorporado. “Consegui uma peruca, uma roupa anos 80, uma bolsa de comunista. Eu cheguei Gonzaguinha praticamente. Sempre fui muito fã de Gonzaguinha, desde muito pequeno. Eu lembro de meu pai cantando no carro à capela pra mim ‘o homem também chora, menina morena’ e me mostrava o braço assim, o braço dele todo arrepiado”, revelou Julio.

E a história continua nesta homenagem de Gilberto Gil a Luiz Gonzaga. É que o Gonzagão nunca termina: “O baião está vivo no seu coração, a canção do povo alegre não tem fim”, completou Gil.

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