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Igreja carioca volta no tempo e recebe gravação do casamento de Luiz Gonzaga

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Graciosa e aconchegante, a paróquia de Nossa Senhora da Luz, no Rio de Janeiro, recebeu diversos casamentos em março. Um deles foi diferente dos demais no entanto. As mulheres usavam vestidos castos até o pescoço, os homens, Gumex no cabelo e ternos de corte ultrapassado. Na porta, um carro de colecionador e, no altar, o Rei do Baião. Isolada do ambiente urbano moderno pela natureza do Alto da Boa Vista, a igreja voltou no tempo ao receber o set de “Gonzaga – De Pai para Filho”, cinebiografia de Luiz Gonzaga que será lançada no segundo semestre.

A cena foi apenas mais uma entre as muitas gravadas na cidade do final de fevereiro até o início de abril, quando chega ao fim a primeira passagem do set pela antiga capital federal, que recebeu o sanfoneiro no início da década de 1940. Após a Semana Santa, a equipe do diretor Breno Silveira segue para Minas Gerais, volta ao Rio e conclui a andança pelo país no Nordeste, onde as filmagens começaram em dezembro. Nada que desanime o realizador de “2 Filhos de Francisco”, um fã de Gonzagão, que comandava inúmeras repetições das cenas do beijo e da chuva de arroz sem perder o bom humor. “É um filme gigante, que tenta dar conta do tamanho de Luiz Gonzaga. Essa cena mostra o auge dele, época em que compra um palacete e traz toda a família do Nordeste”, diz Silveira, que se emociona ao falar do projeto, com o qual está envolvido há sete anos.

O desejo de fazer jus à obra do filho famoso de Januário também é o que move o sanfoneiro Chambinho, escolhido entre mais de 5 mil candidatos para viver o personagem principal, de quem é devoto. O ator de primeira viagem tinha, no entanto, outras preocupações durante as filmagens na igreja.

“Repetimos o beijo várias vezes mesmo, mas bota isso não que minha mulher se separa de mim (risos). Ela é meio ciumenta. Ficar repetindo beijos é difícil. Como sou muito tímido, preciso entrar no personagem e acreditar no que está acontecendo porque quanto mais eu errar, mais beijo rola. Ainda bem que a Ana Roberta Gualda e a Nanda Costa têm sido parceiras e ajudado bastante”, diz este paulista, filho de piauienses, mencionando as atrizes que vivem respectivamente Helena, a mulher de Gonzagão, e Odaléia, mãe de Gonzaguinha.

Mais experiente, Roberta brinca ao saber do receio do músico: “Essa cena foi até leve! Mas já fui apresentada à mulher dele, conversei com ela e está tudo certo”. A atriz considera a escolha de Chambinho um acerto da produção e explica a diferença entre contracenar com ele e com um profissional.

“Ele chega com uma disponibilidade imensa, com vontade de aprender e o coração aberto. Se entrega. Não tem maneirismos de ator, que, às vezes, nos obriga a negociar com os colegas. Além disso, tem o carisma do Luiz Gonzaga, então, fica fácil acreditar que é ele”, diz ela, cuja personagem é surpreendida quando, logo após o casamento, o sanfoneiro parte em turnê.

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