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Começa a despedida do músico Arlindo dos 8 Baixos

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Admiradores poderão se despedir do músico a partir das 11h desta quinta.
Às 16h, haverá cortejo para o sepultamento no Cemitério de Santo Amaro.

Familiares, amigos e admiradores prestam as últimas homenagens ao músico Arlindo dos 8 Baixos, que morreu nesta quarta-feira (23), aos 71 anos, no Recife. O velório do artista ocorre na capela do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), no bairro dos Coelhos, área central da cidade, onde ele faleceu após se submeter ao processo de hemodiálise. Ele sofria de diabetes, insuficiência renal e coronariopatia diabética (doença que atinge as artérias do coração). Segundo o médico Carlos Lacerda, amigo pessoal do sanfoneiro, nos últimos dias o coração dele só funcionava com 35% da capacidade. Nesta quinta-feira (24), a partir das 11h, o corpo será velado na Câmara dos Vereadores do Recife, no Centro. Às 16h, seguirá em cortejo para enterro no Cemitério de Santo Amaro, na mesma região.

Lacerda acrescentou que notou os sinais do avanço da diabetes no músico, em 5 de março do ano passado. Naquele dia, Dominguinhos, sanfoneiro que também morreu em junho passado, tocava na casa de Arlindo, que virou um famoso ponto de forró no bairro de Dois Unidos, Zona Norte do Recife. “Eu vi o dedo do pé escuro, já estava com insuficiência vascular. Foi a ponta do iceberg. Engraçado que ele trabalhava muito e quando chegava em casa, de madrugada, atacava um pote de goiaba. Já era um sinal”, disse. O músico não sabia que tinha a doença e, por isso, demorou para iniciar o tratamento. Naquela época, ele já tinha perdido a maior parte da visão. Depois, precisou amputar as duas pernas.
Raminho da Zabumba, filho de Arlindo, estava com a família no Imip e lembrou a luta do pai para sobreviver. “Ele lutou muito contra a doença, era um batalhador. Mesmo sem as pernas, com pouca visão, ainda pedia para estar nos palcos. Mas eu notei que nos últimos dias o olhar dele estava mais vazio, e ele me disse que estava cansado, que não aguentava mais, então sei que foi um alívio para ele. Agora, fica a lembrança do pai e do amigo”, comentou. O músico era casado e tinha três filhos, além de nove netos.

Terezinha do Acordeon é casada com Raminho e também estava no velório. “Para nós é uma grande tristeza, uma perda irreparável. Além de um grande amigo, era um grande mestre de um instrumento que está em extinção. E hoje faz três meses que Dominguinhos morreu. Este ano está sendo muito triste para a música pernambucana. Não tem como os substituir”, lamentou.
A cantora Patrícia Cruz lembrou a parceria musical com Arlindo, a quem conheceu há 13 anos. “Eu estou aqui vendo um filme. Eu comecei minha carreira acompanhando ele, eu só tinha um disco na época. Viajamos muito. Ele tinha um coração enorme. E o forró dele era uma festa. Iam sanfoneiros, amantes do forró e gente que só queria conhecê-lo”, disse.
O produtor Roberto Andrade trabalhou com Arlindo desde 1998. Produziu dois discos – “Forró pra 500 anos” e “O Artesão do Forró”. Este último, inclusive, vai dar nome ao livro que ele escreve junto com o jornalista Jacques Cerqueira. “Estamos trabalhando nele há dois anos, e agora que ele tem mesmo que sair, para fazer essa homenagem. Arlindo era um livro aberto, tocava com todos que pediam”, afirmou.

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